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Saúde

Quimioterapia: oncologista esclarece mitos e verdades sobre o tratamento

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Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a quimioterapia é um tratamento que utiliza medicamentos para destruir as células doentes que formam um tumor ou se multiplicam desordenadamente 

Convidamos a oncologista Maria Cristina Figueroa Magalhães (CRM-PR 22.643 e RQE 19.751) para explicar os principais mitos e verdades que cercam o tratamento da quimioterapia daqueles pacientes que lutam contra o câncer. Confira:

O cabelo sempre cai com o tratamento quimioterápico

Mito. A queda de cabelo (alopecia) é um efeito colateral comum em alguns tipos de quimioterapia, mas não ocorre com todos os tratamentos. Depende dos medicamentos utilizados. Alguns regimes quimioterápicos podem não causar a queda de cabelo. Além disso, atualmente, muitos serviços oncológicos dispõem de touca de resfriamento do couro cabeludo, técnica utilizada durante a infusão da quimioterapia, que pode prevenir a queda de cabelo.

Paciente tem aumento de peso com o tratamento

Mito e verdade. Alguns pacientes podem ganhar peso devido a efeitos colaterais, como retenção de líquidos (bastante relacionado ao uso de corticoesteroides) ou mudanças no apetite, enquanto outros podem perder peso devido a náuseas e perda de apetite. Isso varia conforme o tipo de quimioterapia, os medicamentos utilizados e o estado geral de saúde do paciente.

Alterações hormonais são comuns

Verdade. A quimioterapia pode causar alterações hormonais, especialmente em mulheres na idade reprodutiva. Pode resultar em menopausa precoce, alterações no ciclo menstrual, ou em homens, afetar a produção de testosterona. Esses efeitos podem ser temporários ou permanentes, dependendo do tratamento.

Medicações utilizadas no tratamento precisam sempre de acompanhamento profissional

Verdade. Todos os medicamentos quimioterápicos devem ser administrados sob supervisão médica rigorosa. O acompanhamento é fundamental para monitorar os efeitos colaterais, ajustar doses e garantir que o tratamento esteja sendo eficaz.

Terapias alternativas podem substituir a quimioterapia

Mito. Até o momento, não há evidências científicas que mostrem que terapias alternativas substituam a quimioterapia no tratamento do câncer. Algumas terapias complementares podem ajudar a aliviar sintomas, mas nunca devem substituir os tratamentos convencionais sem o conhecimento do médico.

A quimioterapia pode ser utilizada em vários estágios do câncer, não apenas nos avançados

Verdade. A quimioterapia pode ser utilizada em diferentes estágios do câncer. Ela pode ser usada como tratamento primário, antes (neoadjuvante) ou após (adjuvante) a cirurgia, e em estágios avançados para controle de sintomas ou como tratamento paliativo.

Não é possível manter uma vida normal durante a quimioterapia

Mito. Embora a quimioterapia possa trazer desafios, muitos pacientes conseguem manter uma rotina normal ou adaptada. A intensidade dos efeitos colaterais varia, e alguns pacientes conseguem trabalhar, praticar exercícios e manter uma vida social, dependendo de como reagem ao tratamento.

Quimioterapia causa fortes efeitos colaterais

Mito e verdade. A quimioterapia pode causar efeitos colaterais, sendo intensos em alguns casos. No entanto, os tipos de efeitos variam muito segundo os medicamentos utilizados e a resposta individual do paciente, além da intenção de tratamento — curativa versus paliativa. Além disso, existem avanços significativos em medicamentos que controlam muitos desses efeitos. É bastante importante este balanço entre eficácia e toxicidade do tratamento, sem prejudicar em demasia a qualidade de vida do paciente.

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