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Exemplos de sustentabilidade: Pousada Figueira da Serra e Restaurante Puriman conseguem reaproveitar boa parte do lixo orgânico

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Pousada Figueira da Serra e o chef do Puriman, João Izar - Foto divulgação

Os dois estabelecimentos estão localizados em Campos do Jordão, no interior de São Paulo

Segundo o empresário Fábio Izar, proprietário dos empreendimentos, a Pousada Figueira da Serra tem uma rede sustentável que contribui com a cidade. Ele diz que o chef do Puriman, João Izar, lutou para que a empresa mantivesse essa tendência. O empresário conta que eles produziam cerca de 200 quilos de lixo por semana. Hoje são apenas 20. “A gente tem lixo de banheiro. O restante é reciclado ou é um lixo orgânico que vai para a nossa fazenda, onde vai servir de alimento para os animais que produzem o nosso leite, a carne, os ovos. Aprendemos que não precisa ser jogado nada fora e podemos aproveitar 90%”, aponta.

Idealizador do projeto de sustentabilidade da pousada, o chef João Izar comenta que a ideia foi trazer e valorizar para as pessoas tudo que vem da Serra da Mantiqueira, com o objetivo que elas conheçam a origem dos alimentos consumidos. João destaca que 80% dos produtos servidos no restaurante são de pequenos produtores locais ou de produção própria.

Com a gastronomia diferenciada de outros lugares da cidade, o chef reforça que o Puriman tem como sobrenome a cozinha de pesquisa e o produto. “A pesquisa gira em torno de a gente ir para a Serra da Mantiqueira, encontrando matas virgens ou matas que vieram aqui, que são exóticas, mas que já incorporaram à serra nativa, à mata nativa. A gente pesquisa cogumelos comestíveis e traz para o restaurante essa parte de pesquisa e de produto”, pontua.

Na fazenda que pertence à família Izar, João relata que são produzidos leite de vaca, de búfala, além de derivados como a manteiga, o mascarpone, a muçarela e outros queijos em geral. O lugar ainda tem galinha, frango caipira, patos, coelhos, ovos das galinhas, vários vegetais, como a alface, couve-flor e couve. “Falta muito para a gente conseguir alcançar os nossos objetivos de englobar muito mais a cidade nesse projeto de sustentabilidade. Mas o que atingimos é algo admirável. Estou muito feliz com esse resultado. Cada vez mais, vamos implementar essa sustentabilidade. A própria agenda 2030 da ONU vai obrigar os restaurantes a terem os seus. Então, só adiantamos o processo”, observa.

A fazenda

Os restos orgânicos do restaurante são destinados à fazenda da família Izar e são utilizados para o trato de quase 200 animais, de oito espécies. De acordo com Eugênio Godoy, administrador do local, tudo que vem da pousada é reaproveitado e separado. Por exemplo, a casca da laranja vai para as cabras e as ovelhas comerem. “Isso gera um sabor diferente no leite. Já as hortaliças, as vacas comem. A parte alimentícia, os porcos comem”, explica.

Eugênio também lembra que o leite produzido é encaminhado à pousada para a produção de queijos. No entanto, o soro que sai do queijo retorna à fazenda para que os leitões sejam criados e tratados. Como salienta o administrador, o que os animais não consomem, é colocado com o esterco e a serragem, ajudando no processo de plantação das hortaliças. “Sinto-me feliz e realizado de fazer esse trabalho, porque é uma coisa que eu não sabia fazer. Aprendi e comecei a ter prazer. Mudou não só a questão dos animais, mas a cabeça e o ambiente”, finaliza.

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