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Saúde

Setembro Dourado: campanha conscientiza sobre o combate ao câncer infantojuvenil

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“Fique atento, pode ser câncer!” é o tema deste ano

A campanha “Setembro Dourado” visa chamar a atenção da população sobre o câncer em crianças e adolescentes. A detecção precoce pode auxiliar a cura e a qualidade de vida dos pacientes. O objetivo é mobilizar a sociedade, profissionais de saúde e encarar este desafio, proporcionando um futuro melhor para as crianças e adolescentes que enfrentam a doença. No Brasil, estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam o diagnóstico de quase oito mil novos casos de câncer infantojuvenil para cada ano do triênio de 2023 a 2025.

Embora o câncer seja considerado raro, a oncologista pediátrica Mariana Dórea (CRM-BA 23.959) comenta que dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que hoje é a doença que mais mata crianças e adolescentes até 19 anos. Por isso, a importância do conhecimento e do diagnóstico precoce. “Diferente dos adultos, não é prevenível. Todos precisam ficar atentos aos sinais e sintomas que podem estar relacionados ao câncer infantil”, alerta. A idade prevalente depende do tipo de tumor. Por exemplo, a leucemia linfoide aguda tem pico de incidência entre um a quatro anos. Já os tumores ósseos são mais comuns nos adolescentes.

Tipos e sintomas

Segundo a médica, a leucemia mais comum na infância é a linfoide aguda. Ela explica que normalmente a doença se apresenta com febre persistente, podendo a criança ter dores articulares, sangramentos, linfonodomegalias (inchaço dos gânglios linfáticos) e hepatoesplenomegalias (aumento do baço e fígado). Para completar, o Inca diz que as manifestações clínicas mais comuns ainda têm cansaço, perda ou diminuição da força física decorrentes de anemia; hemorragias, como sangramento de mucosas (como gengiva) ou manchas roxas na pele. “Pode ser confundida com doenças virais, por exemplo. O primeiro exame a ser feito é o hemograma. Ele vai ajudar a desconfiar da leucemia. Quem vai dar o diagnóstico vai ser o mielograma”, explica.

Nos tumores cerebrais podem ter queixas de cefaleia e vômitos persistentes. É possível que haja alteração na marcha — é chamado de ataxia (a forma do andar é diferente e pode apresentar quedas). As crianças também podem ter estrabismo. Nos linfomas aparecerão aumento dos linfonodos, febre e perda de peso. Nos tumores abdominais, o volume do abdômen aumenta, podendo ter ou não dor, dependendo do tipo de tumor. Mariana lembra que se diagnosticado precocemente, o índice de cura pode chegar a 80%. “É muito importante, por afetar o prognóstico do paciente. Não é fácil, visto que muitas doenças benignas podem dar os mesmos sintomas”, aponta.

Tratamento

A oncologista lembra que o tratamento do câncer infantil é mais agressivo que nos adultos, no entanto, em contrapartida, a resposta costuma ser melhor. Como ressalta a médica, os pacientes que passam mais tempo internados estão no início de tratamento de leucemia. “Chamamos de fase de indução. A grande maioria dos tumores podem ser tratados ambulatorialmente. Como a quimioterapia agride todas as células do corpo, existe a chance de eles ficarem neutropênicos (defesa do corpo baixa). Por esse motivo, além das inúmeras faltas que o paciente teria, as aulas presenciais são suspensas”, explica. Devido ao risco de infecções, é recomendado que fiquem um pouco mais isolados, evitando locais com muitas pessoas.

Dra. Mariana Dórea - Foto divulgação

Dra. Mariana Dórea – Foto divulgação

De acordo com Mariana, na conversa com a família, em geral, a criança é retirada do consultório. Alguns pais preferem não contar, mas a maioria conta. “As crianças sabem que estão doentes, mas não imaginam a dimensão da doença”, finaliza.

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