NOSSAS REDES SOCIAS

Saúde

Níveis de suporte do autismo: especialista esclarece as principais características

Publicado

em

Foto divulgação

Entenda por que não se deve falar que os níveis são leve, moderado ou severo

A neuropediatra Estéfani Ortiz comenta que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é classificado em três níveis de suporte, que refletem a intensidade de suporte necessário para que a pessoa possa funcionar no dia a dia. “É importante lembrar que se refere ao suporte e não à gravidade do TEA”, ressalta.

Nível 1: pessoas neste nível necessitam de suporte mínimo. Elas podem ter dificuldades em iniciar interações sociais ou manter conversas, mas são capazes de funcionar relativamente bem em ambientes estruturados e previsíveis. Seus comportamentos repetitivos e interesses restritos são notáveis, mas não impedem significativamente as atividades diárias.

Nível 2: o indivíduo precisa de um suporte substancial. Eles têm dificuldades marcantes em se comunicar e estabelecer interações sociais, além de demonstrar maior rigidez no comportamento e nos interesses. As dificuldades em lidar com mudanças e a necessidade de rotinas previsíveis são mais pronunciadas, exigindo intervenções mais frequentes.

Nível 3: este nível envolve um suporte muito substancial. As pessoas podem ter uma comunicação muito limitada, com interações sociais minimamente responsivas. Os comportamentos repetitivos são graves e podem interferir significativamente em todas as áreas da vida. O suporte intensivo é necessário para poderem participar de atividades cotidianas.

Importância do critério diagnóstico

É fundamental para adaptar intervenções e estratégias de apoio adequadas às necessidades de cada indivíduo. Segundo a especialista, ele permite que profissionais de saúde, educadores e cuidadores compreendam melhor o grau de dificuldade enfrentado pela pessoa com TEA, facilitando a personalização do plano de tratamento e das abordagens terapêuticas. “Isso garante que os recursos disponíveis sejam direcionados de maneira eficaz, promovendo um desenvolvimento mais adequado e melhorando a qualidade de vida da pessoa”, aponta.

Terminologias do TEA

Referir-se ao TEA como leve, moderado e severo pode ser considerado capacitista, pois simplifica e reduz a complexidade do transtorno a termos que não capturam a variedade de experiências e necessidades das pessoas com autismo. A neuropediatra explica que essa terminologia pode desconsiderar a individualidade e os diferentes contextos em que cada pessoa vive. “É mais adequado falar em níveis de suporte, que reconhecem as necessidades específicas de cada pessoa, sem as rotular de maneira limitadora”, reforça.

Dra. Estefáni Ortiz - Foto divulgação

Dra. Estefáni Ortiz – Foto divulgação

A importância das terapias baseadas em evidências científicas

De acordo com Estéfani, é essencial para o desenvolvimento de crianças com TEA, porque essas abordagens são testadas e comprovadas em estudos rigorosos, garantindo que ofereçam resultados eficazes e seguros. Terapias baseadas em evidências, como a Análise do Comportamento Aplicada (ABA), terapia ocupacional e fonoaudiologia, entre outras, são desenhadas para melhorar habilidades sociais, de comunicação e comportamentais, possibilitando uma melhor adaptação e desenvolvimento. A médica lembra que, além disso, ao optar por práticas baseadas em evidências, os pais garantem que estão proporcionando o melhor suporte possível para o crescimento e bem-estar de seus filhos, aumentando as chances de uma vida mais autônoma e satisfatória no futuro.

Continue lendo

Bombou na Semana