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Saúde

Síndrome dos ovários policísticos: os efeitos vão muito além no organismo

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Larissa Manoela e Lea Michele - Foto divulgação

Os ovários são responsáveis pela produção dos hormônios sexuais femininos

Dados do Ministério da Saúde informam que a síndrome dos ovários policísticos (SOP) atinge entre 6 e 10% das mulheres em idade fértil. As atrizes Larissa Manoela, 23, e Lea Michele, 38, são duas personalidades famosas que já declararam publicamente que sofrem com o problema. Segundo o ginecologista André Vinícius de Assis Florentino, apesar de o nome da doença trazer exatamente os ovários, ela esconde algo muito importante: a cadeia de sintomas e efeitos que essa síndrome pode causar no organismo.

O especialista diz que as pessoas prestam atenção na morfologia do ovário e na formação de múltiplos cistos. De acordo com ele, na realidade, são apenas mais um dos órgãos que padecem das alterações hormonais. “Ao focarmos apenas nos sintomas, poderíamos chamar a SOP de “síndrome dos pelos faciais”, “síndrome da mulher que tem acne”. Claro, em um cenário hipotético. A SOP, diferente disso tudo, é uma doença endócrina, metabólica, reprodutiva e psicológica. Está associada ao aumento de doenças cardiovasculares e complicações gestacionais que não se restringem apenas à infertilidade”, aponta.

Como conta André Vinícius, a mulher com a síndrome dos ovários policísticos, que engravida, tem mais chances de abortar, de desenvolver diabetes gestacional e sofrer com o parto prematuro. “No planejamento pré-concepcional, isso tudo precisa ser manejado para podermos lançar mão de estratégias de normalização desses hormônios e engravidar com saúde. Assim, com ajustes no estilo de vida e o tratamento adequado, a mulher pode levar uma vida com mais qualidade e sem sintomas”, alerta.

Causas da SOP

Segundo o ginecologista, as causas ainda não são bem esclarecidas. Mas o que está evidente é que se trata de uma síndrome plurimetabólica. Logo, com mais chances de diabetes, hipertensão, doença cardiovascular, esteatose hepática. “Questões como o aumento de peso, deficiência de vitamina D e disbiose intestinal são consequências do desequilíbrio trazido pela SOP. Existem muitos casos em que a mulher chega ao consultório e já quer passar pela fertilização in vitro. No entanto, se estiver inflamada e acima do peso, primeiro é preciso um processo de reequilíbrio do organismo”, orienta.

Dr. André Vinicius - Foto divulgação

Dr. André Vinicius – Foto divulgação

André Vinícius comenta que fica mais difícil prosseguir com a gravidez saudável se o endométrio estiver inflamado, acarretando riscos de desenvolver diabetes gestacional e outras complicações. “É muito comum que, em meio ao próprio tratamento da SOP, enquanto ajustam fatores de qualidade de vida, essas mulheres engravidem naturalmente e nem precisem passar pela fertilização”, lembra.

Conforme o médico explica, a mulher que dorme bem e regula os seus níveis de melatonina, faz bem ao seu organismo. A produção intraovariana de melatonina, apenas para as funções do próprio ovário, é de duas a três vezes maior no período de ovulação do que a produção pela glândula pineal. “Conhecemos a melatonina como o hormônio do sono, mas, para os ovários, exerce função essencial, como ação antioxidante; melhora na produção de progesterona; facilita a nidação; melhora a qualidade do hormônio antimülleriano”, esclarece.

Relação entre SOP e ovários

Se a paciente consegue ter um estilo de vida mais saudável e se alimentar de forma mais adequada, com a prática de exercícios físicos, a tendência é manter os níveis hormonais mais equilibrados. André Vinícius reforça, por exemplo, que não há como indicar uma dieta low carb para a mulher com SOP que tem 42 quilos. “Essa paciente deve receber tratamento individualizado e, conforme reage a ele, as estratégias de abordagem da SOP podem ser aperfeiçoadas. Estudos demonstram que não existe uma dieta mais acertada que outra para o manejo da SOP. O padrão alimentar da paciente deve ser detalhado de acordo com sua própria fisiologia, da mesma forma que os exercícios físicos”, destaca.

O ginecologista pontua que a paciente precisa de, no mínimo, 250 minutos semanais de atividade física, o equivalente a 50 minutos diários. “Depois que estabilizar os hormônios, esse tempo e intensidade podem diminuir. Por isso, é importante manter o tratamento em dia e as consultas com o médico para ser avaliado o caso e a evolução”, conclui.

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